domingo, 7 de dezembro de 2014

Resenhas sobre o livro "Essa Constante Impermanência"

TijoloOBlog
"Eduardo Merçon joga com a impermanência poética", por Marcelo Araújo
http://tijolooblog.wordpress.com/2014/09/29/eduardo-mercon-joga-com-a-impermanencia-poetica/


Obrigado pelos Peixes
"Lançamento de livro - Eduardo Merçon", por Alice dos Anjos
http://www.obrigadopelospeixes.com/2014/05/08/lancamento-de-livro-eduardo-mercon/


DNA Bookz
"Eduardo Merçon - Essa Constante Impermanência", por Edna Rodrigues
http://dnabookz.blogspot.com.br/2014/10/eduardo-mercon-essa-constante.html


Amantes por Livros
"Eduardo Merçon: novo morador da nossa casa e autor do livro Essa Constante Impermanência", Emanuela Anjos
http://amantesporlivrosefilmes.blogspot.com.br/2014/10/eduardo-mercon-novo-morador-da-nossa.html

Onde comprar o livro "Essa Constante Impermanência"

sábado, 10 de maio de 2014

Lançamento de "Essa Constante Impermanência" no Rio de Janeiro e em Lisboa

Lançamento do Livro no Rio de Janeiro (20/05/14):
 
 
 
 
















Lançamento do Livro em Lisboa (05/06/14):

 
 
 
 
 

Prefácio de Marilene Cambeiro

O futuro é eterno? A ambição do poeta Eduardo Merçon é ter a eternidade a sua frente. O Século XXI começa mal? Mas se ainda há o infinito... Pode-se mudar caleidoscopicamente tudo: pode-se recobrir o mal com estrelas? Ou recuperar o tempo perdido, apagado pelo tempo na poesia, com o poético? Pode-se escapar do real, das insatisfações, dos conflitos com a poesia? Ou pode-se chegar muito perto, perigosamente, ousadamente perto? São algumas questões que me vêm com a leitura dos poemas desta obra que, penso, inicia a série do Poeta...

Este primeiro livro de Eduardo Merçon traça múltiplos possíveis para responder aos impossíveis sempre presentes nos questionamentos que vão em múltiplas direções: às buscas que passam pelo logos, estas extraídas de sua formação em Engenharia; pelos sentidos do real, que o impulsionam para o mundo das Letras; pelo tempo e seu tempo; e pelas formas de amar e de amores vivenciados ou não. Tudo imaginado pelo olhar do poeta nos entornos de seu mundo, um mundo que atravessa o oceano e vai até ao Minho, em suas origens lusas, nessa busca de expressão de seus mistérios, dos mistérios humanos, e da realidade do seu tempo através do poético.

E essa busca inclui formas novas de expressar ou de dizer liricamente as contradições não só de seu tempo subjetivo e lírico, mas também da realidade circunstante, através, por exemplo, dos diálogos estabelecidos com a obra de poetas de seu tempo, como Ferreira Gullar e Affonso Romano; ou ainda de outros tempos, como nas evocações de Dante e Pessoa; esse último, trazendo-lhe a identificação com as recordações vividas na não tão longínqua infância portuguesa... Que o Rio, para onde foi transplantado o coração português, acolheu com as contradições de uma vida boêmia e as manifestações populares tão recentes.

Em alguns momentos percebe-se que é melhor escapar para paradisíacas ilhas do prazer, na superfície das vivências passadas desse início do século, mas, ao mesmo tempo, ele engendra o retorno dionisíaco às terras das origens, ao que poderia ser apagado nestas superfícies marmóreas apolíneas que desejam emparedar a poesia; mesmo então, o poeta engenheiro mantém ali o desejo de dar novas formas poéticas aos seus projetos poéticos de vida. Formas lúdicas que impedem o aprisionamento do não-dito ao silêncio. Então a dialética entre palavra e silêncio é restabelecida.

Percebe-se então, nessa construção, o poético em andamento. Um belo andamento que, na alusão às palavras de Lacan, onde faz referência ao real, nos lembra que há sempre o impossível de dizer nas possibilidades do dito do poeta: o não-dito. E que há sempre muito a dizer ainda sobre o não-dito e o impossível real.

É Foucault em "De linguagem e literatura" que fala que a literatura sempre apresenta dois movimentos: o de busca da eternidade em suas formas clássicas e o de lançar-se para frente, um progresso em ruptura com aquelas formas, inventando novas linguagens: a grande literatura sempre participa desses dois movimentos. Algo das formas eternas se deixa entrelaçar com as novas formas que surgem, rompendo com os modelos, que ao serem negados são perpetuados também. Isso leva tempo e trabalho... O poema "Haicai Quântico" revela o quanto essa simplicidade é complexa.

Bem-vindo ao eterno do futuro, Poeta!

Marilene Cambeiro
Doutora em Letras Vernáculas pela UFRJ

"Essa Constante Impermanência" - Capa